Nesse artigo de dicas de escrita, vamos pegar algumas do poeta britânico Andrew Motion e tentar tirar o melhor do que ele está tentando recomendar a nós criadores de texto literário...
Andrew Motion recebeu os maiores elogios como poeta, incluindo o título de cavaleiro e o cargo de Poeta Laureado do Reino Unido. Além de seus muitos livros de poesia, Motion publicou biografias seminais de poetas e tem sido um dos principais defensores da poesia no mundo contemporâneo. Embora tenha atingido o auge, ele procura escrever poesia significativa para todos.
Premiado biógrafo e poeta, com uma carreira que se estende por mais de quatro décadas.
Como uma espécie de ministro da cultura, mas só para poesia, muitas vezes visto como um cargo ingrato, foi um que ele assumiu com vigor notável. Como ele declarou, era tanto sobre promover a poesia dos outros quanto a sua própria: "Me vejo como um pregoeiro, abridor de latas e defensor da bandeira da poesia, além de querer escrever poemas sobre vários eventos que me parecem adequados."
No entanto, ele também era cauteloso ao assumir o papel, e com razão, já que os compromissos inevitáveis de seu mandato sob patronagem real permitiram que as pessoas - injustamente - ignorassem seu grande corpo de crítica muitas vezes discreta.
10 técnicas para estimular a escrita por Andrew Motion
1. Decida quanto do dia (ou da noite) é melhor para você escrever e organize sua vida de acordo.
O que ele quis dizer: Isso pode parecer óbvio (e na verdade os melhores conselhos o são) mas muita gente não consegue seguir ou organizar de maneira funcional e produtiva essa hora do dia. Feche a porta seja ela onde for, feche a porta sempre uma vez ao dia e bata nas teclas como puder, isso é mais importante que escrever transbordando inspiração, pois nem sempre estará nesse estado, mas a continuidade diária produz tanto material que pode ocorrer milagres em suas páginas.
2. Pense com seus sentidos e também com seu cérebro.
Seus sentidos são poesia, mas também pura vibração humana, percepções delicadas que como cérebro podem ser estruturadas em coisas incríveis em uma narrativa. O animal e o metafísico podem se reunir em seus sentidos e serem conectados e organizados com seu cérebro criando uma narrativa poderosa, repleta de sinestesia.
3. Honre a milagrosidade do comum.
Difícil essa? Acho que não. Acredito que aqui ele dê um alerta que muitas vezes vai ajudar tanto na organização dramática da história, como de cenas, e ainda muito disso pode ser levado para observação dos personagens. Ou seja, o comum esconde grandes verdades e grandes conflitos. Nem tudo tem de ser absurdo, incomum, extraordinário, às vezes o comum fala muito mais com as pessoas
4. Reúna diferentes personagens em uma sala.
É uma ideia interessante, um exercício mental no mínimo divertido por personagens da sua história, mesmo aqueles que nunca se comunicaram para ver o que sai de suas conversas, se sairá confusão ou frases criativas. O que farão. O quanto se pode perceber de seu personagem, de suas opiniões dos outros e de sua própria existência. Talvez você descubra coisas que nunca imaginou dele. No mínimo será divertido. Você não tem nada a perder fazendo isso.
5. Lembre-se de que não existe bobagem.
Algumas bobagens fazem a perfeição, e a perfeição não é nenhuma bobagem
Michelangelo
Acho que aqui não preciso dizer mais nada, não? Mas vou dizer assim mesmo. Imagine você falando para uma pessoa qualquer conservadora, ou digamos ... não lá muito expandida mentalmente. Veja tenho uma ideia muito estranha e iriei escrevê-la: Trata-se de um homem que virá uma barata gigante e seus familiares ficam meio perdidos com o fato. Provavelmente você receberia um olhar do tipo: o que esse débil mental marmanjo está falando? Graças a Deus Kafka não se intimidava com esse tipo de olhar.
6. Tenha em mente a máxima de Wilde de que “só as mediocridades se desenvolvem” – e desafie-a.
Aqui é interessante, pois ele quer dizer que o que já incrível e sublime não precisa desenvolver. Você pode sair da mediocridade e alcançar excelência. E é muito bom que isso seja verdade.
7. Deixe seu trabalho permanecer antes de decidir se servirá ou não.
Sem o tempo adequado de recuperação o organismo entra em uma espiral de stress gerando uma falta de equilíbrio que pode resultar em lesões, queda de imunidade, problemas metabólicos e psicológicos em casos extremos, levando a uma situação conhecida como Overtraining”, conclui a médica.
É isso? Bem na verdade é parecido. Mas há sim nessa simbiose Homem- Obra algo que ocorre quando ela acaba de ser escrita. Muitos escritores falam que esse afastamento é fundamental para encontrar atalhos, verdades, erros, crasso e quem sabe: Eureca! Uma obra-prima nessa primeira versão. Escondida por entulhos da criação pelo pensamento e pela criatividade a obra verdadeira pode surgir depois de meses diante uma releitura.
8. Pense grande e seja específico.
Pensar grande aqui não é necessariamente, de maneira alguma ter um enredo faustoso, uma história que requer mil horas de pesquisa (isso também é pensar grande) mas a execução literária de uma ideia em que se revela muitos temas unido ao desenvolvimento moral, mas dramático, a criação de imagens e sentimentos no leitor isso é o grande. Por exemplo A Metamorfose de Kafka que passa em um quarto e atinge um grau máximo de qualidade literária. E ser específico é muito melhor que ser confuso. Ponto.
9. Escreva para amanhã, não para hoje.
Aqui acho que Andrew quer falar mais da ansiedade e também do que foi dito anteriormente do tempo de descanso do original para ser mais à frente o que foi almejado. É no amanhã que o livro se encontra mesmo no processo de revisão, reescrita e edição. É sempre no futuro que o esboço se converte em original e por fim livro ao leitor.
10. Trabalhar duro.
Aqui é onde todas as coisas se juntam e não haverá sentido se não obedecer esse quesito talvez o que represente a firme rocha do progresso e somente daqui pode se sair o resultado que vale a pena. Não há negociação. É quase impossível alcançar algo significativo em Literatura se não com muito trabalho.
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