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Como veria as facilidades de autopublicação um escritor do passado


Ao acordar no passado você como escritor independente acordaria em um mundo totalmente impraticável ao seu sonho de ser escritor. Se Dostoievski penou, Balzac e veja só o grande Franz Kafka que nunca publicou um livro em vida... Quem seria você nesse mundo? Teria que lhe dar com seu trabalho e com o tempo que restasse escrever em uma bela e velha remington,

por exemplo isso se tivesse sorte de ter uma. E então teria usar a impressão barata da época e fazer livretos. Sua opção razoavelmente econômica seria um papel tosco que nada podia ter de atraente. Então chegaria o momento de você mostrar ao mundo... Ao mundo? Não, não havia essa possibilidade. O mundo seria apenas meia dúzia de gatos pingados do emprego, da família...

Pois bem, escrevi um conto em 2 dias e publiquei em um blog e tive um feedback de um leitor em Portugal. Veja isso, um leitor em Portugal? No passado esse mesmo feedback levaria quanto tempo? Vamos contar que o tempo de criação seria o mesmo. Depois disso nada é igual. Teria eu, pobre escritor, de comprar envelopes, muitos selos e enviar cartas a esmo para Portugal e torcer por uma resposta depois de meses... Ou seja, nada era mais difícil que ser um escritor independente no passado.

Mas vamos usar a imaginação e pensar em um escritor independente que o mundo ofuscou por razões óbvias e nós nunca saberemos nada a seu respeito. Vamos dar a ele o nome de Pedro. Depois de tremendas surras na empreitada de ser escritor Pedro não tem mais dinheiro para o bonde, quem dirá para sapatos novos. Ele enrola seu cigarro está em uma ponte, olhando água cinzenta abaixo, com uma dor enorme do coração lança sua pasta com seus manuscritos e ali naquele mesmo momento deixa de ser um escritor.

O que o fez lançar seus trabalhos, advindos de seu intelecto? Por que aquilo não o deixava rico? Não, não Pedro não era mesquinho. Ele só queria poder ser lido. Mas não tinha acesso a isso. Não tinha meio de ter um livro bem diagramado, uma capa bonita, não havia profissionais para isso.

Pedro então acorda aqui. Aqui mesmo em meu escritório e me conta quem ele é. E agora passo a emitir todo meu conhecimento sobre a autopublicação e os olhos de Pedro brilham. Passo a digitar suas histórias, as que ele lembra de cabeça. E depois de algumas horas temos um pequeno livro no dia seguinte desenvolvo da manhã até a tarde uma capa para seu livro. Os olhos de Pedro são de uma beleza que só pensávamos existir na poesia. No fim do dia, com muito esforço o livro está diagramado. No dia seguinte, publico Pedro na Amazon, e em outras plataformas de impressão por Demanda e todas as ferramentas disponíveis, torno Pedro onipresente. Pedro olha para seu livro e digo a ele que pessoas do outro lado do mundo poderão lê-lo. Pedro tem os olhos cheios de lágrimas. E para sua surpresa o digo algo que o deixa desconcertado: “ Sabia que muitos escritores independentes hoje estão jogando seus manuscritos fora como você os jogou da ponte, no passado?” Pedro me volta um olhar indefeso, perplexo e emite como se fosse a coisa mais difícil de seu cérebro compreender, um balbucio: “Como podem... como podem...”


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