Depois de perguntar pelos melhores livros lidos por nossos leitores e autores, aqui do site, pensamos em fazer algo mais divertido e multicultural. Uma lista de melhores livros de países. Quais sãos seus melhores livros? Perguntamos. Com o resultado das respostas conseguimos separar os livros mais representativos de 20 países. Confira nosso resultado:
África do Sul
Desonra, de J. M. Coetzee
Lurie é um professor de literatura que não sabe como conciliar sua formação humanista, seu desejo amoroso e as normas politicamente corretas da universidade onde leciona. Mesmo sabendo do perigo, ele tem um caso com uma aluna. Acusado de abuso, é expulso da instituição e decide passar uns dias na propriedade rural da filha, Lucy. No campo, o homem atormentado tem contato com a brutalidade e o ressentimento da África do Sul pós-apartheid.
Argélia
O Estrangeiro, de Albert Camus
Mais de meio século após sua morte, é indiscutível a atualidade do pensamento de Camus e de sua obra com foco na análise do homem contemporâneo. O narrador-personagem é o argelino Meursault que trabalha num escritório em Paris e, em decorrência de circunstâncias absurdas, mata um árabe. No último momento de sua condenação desperta de uma espécie de torpor. Publicado em 1942, o livro ganhou uma adaptação cinematográfica realizada por Luchino Visconti, em 1967.
Argentina
Ficções, de Jorge Luis Borges
“Ficções” reúne os contos publicados por Borges em 1941 sob o título de “O Jardim de Veredas que se Bifurcam (com exceção de “A aproximação a Almotásim”, incorporado a outra obra) e outras dez narrativas com o subtítulo de Artifícios. Nesses textos, o leitor se defronta com um narrador inquisitivo que expõe, com elegância e economia de meios, de forma paradoxal e lapidar, suas conjecturas e perplexidades sobre o universo, retomando motivos recorrentes em seus poemas e ensaios desde o início de sua carreira: o tempo, a eternidade, o infinito.
Brasil
Dom Casmurro, de Machado de Assis
Bentinho e Capitu são criados juntos e se apaixonam na adolescência. Mas a mãe dele, por força de uma promessa, decide enviá-lo ao seminário para que se torne padre. Lá o garoto conhece Escobar, de quem fica amigo íntimo. Algum tempo depois, ambos deixam a vida eclesiástica e se casam. Escobar com Sancha, e Bentinho com Capitu. Os dois casais vivem tranquilamente até a morte de Escobar, quando Bentinho começa a desconfiar da fidelidade da esposa e percebe as semelhanças do filho Ezequiel com o amigo morto.
Chile
A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende
“A Casa dos Espíritos”, primeiro romance de Isabel Allende, é considerado um dos mais importantes da literatura chilena. O romance conta a saga da turbulenta e numerosa família Trueba, cujo patriarca é o latifundiário e senador Esteban Trueba. O livro, que tem sua narrativa caracterizada por uma notável lucidez histórica e social, oferece um painel contundente da história chilena, entre 1905 e 1975, combinando ficção e realidade.
China
O Sonho da Câmara Vermelha, de Cao Xueqin
“O Sonho da Câmara Vermelha”, de Cao Xueqin, é uma das obras-primas da literatura chinesa. O livro faz um relato detalhado da aristocracia do país no século 18. Acredita-se que o conteúdo da história seja autobiográfico, descrevendo o destino da própria família do escritor. Além de retratar a vida da realeza, o livro também fala de amor, conflitos sociais e corrupção aristocrática — elementos que marcavam as relações de poder à época.
Colômbia
Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez
O romance narra a incrível e triste história da família Buendía, uma estirpe de solitários que habita a mítica aldeia de Macondo. É lá que acompanhamos diversas gerações dessa família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo. Para além dos artifícios técnicos e das influências literárias que transbordam do livro, ainda vemos em suas páginas o que por muitos é considerado uma autêntica enciclopédia do imaginário, num estilo que consagrou o colombiano como um dos maiores autores do século 20.
Espanha
Don Quixote, de Miguel de Cervantes
“Dom Quixote” é uma das maiores obras-primas da literatura de todas em todos os tempos. Opondo-se à irrealidade das novelas de cavalaria, ainda muito lidas na Espanha da época, Cervantes teria pretendido fazer uma sátira da “propaganda” cavaleiresca e dos que se armavam cavaleiros às cegas. Mas a caricatura de um estilo fantasioso se transformou no retrato da aventura humana, no perfil do homem dividido entre o sonho e a realidade, que influenciou artistas de várias gerações.
Estados Unidos
O Sol é Para Todos, de Harper Lee
A temática central do livro é racismo e injustiça. Ele narra a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930. Enquanto leva a defesa do caso adiante, o profissional enfrenta represálias da comunidade racista. A obra é narrada por Scout, filha do advogado, que não esconde detalhes da história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.
França
O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas
O marinheiro Edmond Dantés é preso injustamente, vítima de um complô. Anos depois, consegue escapar da prisão, enriquece e planeja uma vingança mirabolante. A galeria de personagens criada por Dumas faz um retrato da França do século 19, um mundo em transformação, em que passou a ser possível a mudança de posições sociais. Publicado originalmente na forma de folhetim entre 1844 e 1846, é um dos livros mais vendidos da história da literatura.
Japão
Kyoto, de Yasunari Kawabata
Ambientado no período pós-guerra, o livro narra a trajetória de Chieko, uma jovem que trabalha na loja da família e a vê em processo de falência em razão de mudanças nos valores culturais, agora fortemente influenciados pelo Ocidente. Durante um passeio, Chieko acidentalmente conhece sua irmã gêmea, Naeko. Separadas ainda bebês, criadas em ambientes hierarquicamente distantes, as irmãs agora tentam se aproximar, e se deparam com a inevitabilidade do destino, o afloramento da sexualidade e o surpreendente curso do acaso.
Inglaterra
Hamlet, de William Shakespeare
A tragédia é a peça teatral mais estudada de Shakespeare na atualidade. Além disso, é também uma das mais conhecidas do autor. A narrativa é centrada na dúvida e no desespero do solitário Hamlet, príncipe da Dinamarca. Imbuído na violência do mundo, e movido pelo desejo de vingar a morte do pai, o jovem procura respostas, refletindo sobre problemas fundamentais da condição humana — que fazem do livro ainda atual nos dias de hoje.
Irlanda
Ulysses, de James Joyce
Um homem sai de casa pela manhã, cumpre com as tarefas do dia e, pela noite, retorna ao lar. Foi em torno desse esqueleto enganosamente simples, quase banal, que James Joyce elaborou o que veio a ser o grande romance do século XX. Inspirado na Odisseia de Homero, Ulysses é ambientado em Dublin, e narra as aventuras de Leopold Bloom e seu amigo Stephen Dedalus ao longo do dia 16 de junho de 1904. Tal como o Ulisses homérico, Bloom precisa superar numerosos obstáculos e tentações até retornar ao apartamento na rua Eccles, onde sua mulher, Molly, o espera.
Itália
A Divina Comédia, de Dante Alighieri
Texto fundador da língua italiana, súmula da cosmovisão de toda uma época, monumento poético de rigor e beleza, obra magna da literatura universal. É fato que a “Comédia” merece esses e muitos outros adjetivos de louvor — incluindo “divina”, que Boccaccio lhe deu já no século 14. Mas também é certo que, como bom clássico, este livro reserva a cada novo leitor a prazerosa surpresa de renascer revigorado, como vem fazendo de geração em geração há quase setecentos anos.
México
Pedro Páramo, de Juan Rulfo
O romance mais aclamado da literatura mexicana, “Pedro Páramo” é o primeiro de dois livros lançados em toda a vida de Juan Rulfo. O enredo simples trata da promessa feita por um filho à mãe moribunda, que lhe pede que busque o pai, Pedro Páramo, um lendário assassino. Durante a busca, Juan Preciado, o filho, encontra defuntos repletos de memórias, que lhe falam da crueldade implacável de Páramo. O livro inspirou Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa.
Peru
Conversa no Catedral, de Vargas Llosa
Santiago Zavala, jornalista e filho de uma família de classe média alta, e Ambrosio, antigo motorista de seu pai, se encontram num pequeno bar chamado Catedral. Enquanto bebem cervejas e relembram fragmentos de suas vidas, recompõem o panorama político peruano nos anos 1950, como um mosaico. Aos poucos, o leitor tem diante de si, não só um rico panorama histórico da América Latina — da busca da identidade de um país em meio à repressão e à corrupção desenfreada —, como uma fascinante história de amor e morte, que liga inexplicavelmente os dois personagens.
Portugal
Os Lusíadas, de Luís de Camões
“Os Lusíadas” constitui o poema mais abrangente e expressivo do humanismo renascentista, no qual a expansão marítima de Portugal se transformou em monumento de imaginação e de arte literária. O tema central é a viagem de Vasco da Gama em busca do caminho para as Índias pelo Ocidente. Considerada a obra-prima de Camões, o livro é composto de dez cantos, 1102 estrofes e 8816 versos que são oitavas decassílabas.
República Tcheca
A Metamorfose, de Franz Kafka
“A Metamorfose” é a mais célebre novela de Franz Kafka e uma das mais importantes de toda a história da literatura. Sem a menor cerimônia, o texto coloca o leitor diante de um caixeiro-viajante — o famoso Gregor Samsa — transformado em inseto monstruoso. A partir daí, a história é narrada com um realismo inesperado que associa o inverossímil e o senso de humor ao que é trágico, grotesco e cruel na condição humana. Tudo no estilo transparente e perfeito desse mestre inconfundível da ficção universal.
Rússia
Guerra e Paz, de Lev Tolstói
“Guerra e Paz” é considerado um dos maiores romances da história. Escrito entre 1863 e 1869, Guerra e Paz tem como pano de fundo a Rússia durante as guerras napoleônicas, no inicio do século 19, e retrata o jogo da política, as intrigas da corte, as táticas da nobreza arruinada e a brutalidade da guerra —, sua banalidade e seus acasos. Protagonizado por personagens reais e fictícios, é título chave do romance histórico oitocentista e a primeira obra-prima de Tolstói.
Turquia
Meu Nome é Vermelho, de Orhan Pamuk
“Meu nome é Vermelho” alia narrativa policial, uma história de amor proibida e reflexões sobre as culturas do Ocidente e do Oriente. A trama se passa em Istambul, no fim do século 16. Para comemorar o primeiro milênio da Hégira (a fuga de Maomé para Meca), o sultão encomenda um livro. As ilustrações dele, porém, devem ser feitas com técnicas renascentistas. A exigência desencadeia uma onda de intrigas, fortalecida pelo assassinato de um artista.
Uruguai
Junta-Cadáveres, de Juan Carlos Onetti
Após anos de espera, Larsen consegue montar o prostíbulo ideal na cidade imaginária de Santa Maria. A permissão só foi concedida após um acordo entre um senador e o médico da cidade — que acredita que o prostíbulo possa ajudar a venda de remédios, uma vez que as doenças tendem a aumentar. No romance, o liberalismo e o pudor se chocam com a filosofia, expondo a luta feroz entre duas forças abafadas pela hipocrisia e pelas aparências.
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