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Como um Livro de poesia nacional vendeu 130.000 (mil) exemplares?

Atualizado: 20 de set. de 2020




A história do livro Textos Cruéis Demais para serem Lidos Rapidamente é um caso incrível de como as redes sociais podem criar um fenômeno de vendas de livros.


Como aconteceu?


Um rapaz que está num ônibus, depois do fim de um relacionamento e decide voltar escrever poesia, postando-as numa página no facebook.


Esse caso extraordinário de um livro de um jovem desconhecido e sem recurso financeiros que alcança um feito e tanto, o de ser o livro mais vendido de literatura do país no ano de 2018, (desbancando best-selleres de peso como Dan Brown) deve nos fazer entender que no mercado editorial não há o impossível.


O estudante universitário Igor Pires da Silva enfrentava o término de um relacionamento que ele descreve como abusivo ("o final estava sendo uma bosta") quando, em março de 2016, resolveu voltar a fazer poesia após um ano de recesso ("tinha perdido o tato").


Passou a escrever "alucinadamente": "Era a maneira de expurgar aquela dor e de me fazer presente, vivo. Transformei em metáfora para seguir em frente".


Na prática, seguir em frente significou criar um perfil no Facebook para publicar textos poéticos voltados ao público jovem. Lançado em abril daquele ano, o projeto foi batizado de "Texto cruéis demais para serem lidos rapidamente" ("o nome surgiu quando eu estava no ônibus e veio de estalo na minha cabeça; era muito forte e instigante para não fazer nada com ele").


Igor convidou para participar uma amiga designer e outras três para escrever (ninguém assinava).

"Sempre achei que a gente podia usar o Facebook de uma maneira melhor e mais profunda. Na época, a gente entendia o Facebook como uma rede social muito superficial: ou era meme ou gif de cachorro ou discussão política".


"Em seis meses, a gente tinha 100 mil seguidores".






Por que fez tanto sucesso?


Veronica afirma que, a exemplo de Rupi Kaur (sempre ela...), os textos de "Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente" oferecem "uma poesia muito acessível".


"Não é a poesia tradicional. São textos poéticos, e é muito fácil de se identificar com eles. Não é aquela poesia que o jovem considera chata, difícil, que precisa ficar esmiuçando, usando as aulas de português do colégio."


Outro razão para o sucesso é o que ela chama de "engajamento". "Não é o tipo de livro que a pessoa lê uma vez e não lê mais".

Para a editora, é "espantoso" o fato de ter vendido 70 mil cópias em seis meses. (Desde o lançamento o livro ultrapassou a marca de 130 mil exemplares, dados atuais 2020)

"Hoje em dia, se um livro vende 10 mil, já é um sucesso. O Igor escreve são textos pesados, que são um soco no estômago. E as pessoas realmente se emocionam."


É autoajuda?


Se você quiser chamar "Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente" de autoajuda, tudo bem, o autor diz não se incomodar "nem um pouco".


"Acho que a gente tem uma visão da sociedade – e muito do mercado editorial – de que livros de autoajuda são, sei lá, inferiores ou têm uma carga negativa. Na verdade, são extremamente essenciais pras pessoas, ainda mais em se tratando de vários contextos: o suicídio só aumenta no Brasil, depressão cada vez maior entre os jovens..."


Então escritor, olhe pela janela e veja que esse mercado é mágico por que as pessoas são mágicas e estão com o coração aberto para receber. E multiplicação daquilo que se originou em sua cabeça pode sim alcançar uma imensa multidão. Agora se você ainda tem dúvida depois de um livro de poesia ser o mais vendido de um ano inteiro e alcançar a marca de 130 mil exemplares, o melhor é deixar essa coisa de sentar e escrever pra lá. Mas se seu coração vibra e sua alma de escritor se enche de esperança, acredito que você possa fazer o impossível se tornar possível.


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